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Relevo e clima da Grécia Antiga

Considerável parcela dos elementos culturais das comunidades gregas foram formatados e determinados, em parte, pelo relevo acidentado, pela proximidade do mar e pelo clima.

miniaturaA bacia mediterrânea

As características gerais do relevo e do clima nos territórios gregos na Antiguidade persistem, praticamente inalterados, até hoje.

Relevo

Na superfície da península balcânica e das ilhas do Egeu, primeiras regiões ocupadas pelos gregos, predomina o relevo montanhoso. As montanhas mais elevadas têm orientação noroeste-sudeste (Cadeia do Pindo) e seu ponto culminante é o Monte Olimpo, com 2.917 metros. Há numerosas cavernas e, entre elas, planícies e pequenos planaltos cercados por terreno acidentado e de acesso difícil.

O relevo de toda a parte oriental do Mediterrâneo se formou durante o Terciário, entre 65 e 2 milhões de anos A.P. Há ainda significante instabilidade geológica na região, e abalos sísmicos ocorrem de tempos em tempos até hoje.

As demais regiões ocupadas pelos gregos têm morfologia semelhante. Um planalto elevado domina a península anatólica e a costa, bastante estreita, é recortada e cheia de pequenas ilhas. O sul da península italiana tem uma cadeia montanhosa central (Apeninos) cercada de pequenas planícies costeiras; o relevo da Sicília é, no entanto, pouco pronunciado e há amplas e férteis planícies.

As barreiras estabelecidas pelo relevo favoreceram o isolamento entre as comunidades gregas que foram se estabelecendo nas planícies a partir do Neolítico ou da Idade do Bronze. A ligação entre as cidades mais distantes, em geral, se dava por via marítima, pois as costas recortadas e as ilhas numerosas e próximas umas das outras facilitavam a navegação.

Clima e recursos naturais

O clima é, atualmente, do tipo mediterrâneo[1]; na Antiguidade, as estações do ano tinham provavelmente as mesmas características.

Fig. 0157. Gráfico climático de Naxos, AD 2000. Histograma e escala da esquerda, em mm; curva e escala da direita, em ºC.

O inverno começa em dezembro, tem chuvas intermitentes, é suave no litoral e rude no interior montanhoso; a primavera é curta e úmida, e em maio já se instala um verão quente e seco; o outono começa em setembro e outubro.

Em Atenas, a temperatura média de janeiro é 8º e, de julho, 27º (média anual: 17º).

Ao contrário da península anatólica, irrigada por numerosos rios, a pluviosidade na península balcânica é irregular e insuficiente para tornar os rios perenes; poucos são mais do que simples correntes de água. A maioria é completamente inadequada para a navegação.

A vegetação consiste, no norte da península balcânica, de árvores e arbustos, principalmente nas encostas das montanhas e colinas. No sul, predominam os arbustos e as pequenas árvores; durante o verão, graças ao clima seco, eles ficam em grande parte ressecados.

Eis uma estatística de 1996 do uso do solo na Grécia moderna: terra arável, 23%; plantações permanentes, 8%; prados e pastagens, 40%; florestas e bosques, 20%; outros, 9%. Durante a Antiguidade, sem dúvida, o aproveitamento agrícola do solo era muito menor.

Os recursos naturais eram também muito escassos. Destacaram-se, na Antiguidade, apenas a madeira, a argila, o mármore e a prata da península balcânica; o cobre de Chipre; o mármore e a obsidiana[2] das Cíclades.